segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ciúme, crise de auto-afirmação e sentimento de inferioridade do adolescente e seus relacionamentos

fonte: psicologiananet.com.br

Crise na adolescência: ciúme, sentimento de inferioridade, necessidade de auto-afirmação
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A crise na adolescência implica em diversos fatores que contribuem para um sentimento de exclusão, de inferioridade e prejudica a auto-estima do adolescente, comprometendo seus relacionamentos, quer seja com namorado, família, amigos e outras relações.

O sentimento de insegurança no adolescente culmina principalmente no ciúme e na forma de amar possessivamente, bem como de querer atingir seus objetivos a curto prazo e com o máximo de intensidade.
Bruxel (2004), tem uma visão abrangente do sentimento de inferioridade especificamente em adolescentes, e em especial adolescente em situação de vulnerabilidade, pois afirma que diferentes contextos e espaços culturais fazem a diferença na história de vida das pessoas. Destaca três aspectos impactantes na adolescência: baixa auto-estima, frágil internalização dos limites e a falta de perspectivas frente ao futuro.

Bruxel (2004) também entende que a baixa auto-estima produzida pela exclusão social desmobiliza o potencial dinâmico próprio da adolescência, além de a sociedade imprimir neles um sentimento de culpabilidade pela pobreza. Esta afirmação não objetiva aqui diminuir as responsabilidades dos sujeitos frente a suas situações existenciais, mas uma forma de olhar criticamente a história e seus processos de exclusão e dominação. Os adolescentes possuem um profundo sentimento de inferioridade e, para eles, suas vidas têm pouca significação para o mundo. Isto os desmobiliza e não os motiva a estudar e buscar as resoluções dos problemas do cotidiano. Neste contexto existencial, eles muitas vezes buscam se afirmar de forma negativa, pela violência, uso de drogas e pelo medo que provocam.

O autor continua afirmando que o sentimento de inferioridade nesta fase de afirmação de identidade do adolescente rumo à autonomia da vida adulta, bem como a capacidade de tomar decisões com maturidade, tornam-se experiências cada vez mais complicadas, especialmente para o marginalizado. Nossa cultura dominante apresenta mil e uma possibilidades de vida e afirma o sujeito pelas opções que faz por atributos e adjetivos que conferem maior ou menor importância à pessoa. O domínio da informação, a posse de tecnologias, titulações, prestígio social e a capacidade de consumir produzem um sentimento real de relevância no mundo, por outro lado, os que pouco ou nada possuem, os que estão em defasagem escolar, aqueles que não podem consumir e são constantemente excitados pela mídia se frustram e cultivam um sentimento de baixa auto-estima, nesta fase de afirmação decisiva na vida. É possível apontar esta como uma das razões de muitos atos infracionais envolvendo adolescentes inconformados com sua situação e buscando de todas as formas satisfazer seus desejos.

Outro desafio associado à estima é o problema da frágil internalização do referencial de autoridade e dos limites, devido ao pouco convívio com os pais, além de passar grande parte do tempo interagindo sozinhas com brinquedos eletrônicos, fliperamas, ou com outras crianças na rua, o que gera um tipo de subjetivação em que a relação com a autoridade é pouco expressiva.

O terceiro aspecto é a falta de perspectiva de futuro do adolescente em relação à sua inserção no mundo do trabalho. Com o rápido avanço técnico-científico as novas tecnologias ocupam o espaço de trabalho humano e absorvem apenas mão-de-obra altamente qualificada. Este processo ampliou a exclusão e ao mesmo tempo acirrou concorrência pelos poucos novos campos de trabalho. ( Bruxel 2004)

Caro (1996) afirma que a adolescência é o período em que se adquirem virtudes e competências sociais, em vistas das responsabilidades e retribuições do mundo adulto além de tratar-se do período da existência imediatamente anterior à entrada no mercado de trabalho, da participação política para a construção da sociedade, do exercício da autonomia, liberdade e responsabilidade, durante o qual o adolescente encara o futuro, antecipa o mundo adulto e tem possibilidade real de escolher seu lugar para realizar-se como pessoa.
Porém, continua a autora, a desigualdade social traz conseqüências drásticas para os mais jovens, pois são os que estão mais perto da escolarização, da qualificação profissional, do mercado de trabalho que não se desenvolve suficientemente.

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